Quando você comprava ou vendia, você repassava...havia um canudo que simbolizava a compra que você fez, aquele era tecnicamente a compra que você recebeu Aquele canudo você poderia ter recebido aquele canudo e repassado para um outro. Se aquele canudo morresse às 5h você tinha que pagar a fatura. Então o que acontecia, se você sabia que esse canudo ia voltar pra sua mão porque posteriormente você passou pra alguém que passou pra outro e depois passou pra outro e passou pra outro e você ia receber de volta, então você segurava esse canudo até o limite Maximo do tempo que seria mais ou menos 10 minutos antes das 5h. Aí você chamava seu corretor e falava passa esse canudo pra fulano de tal. E ele entregava, pra não chegar o tempo hábil ainda pra você ter que pagar a fatura. Às vezes voltava para você numa velocidade incrível porque as vezes o sujeito ficava numa sala ao lado e chegava de volta. Aí você tinha que imbicar com a fatura, do caso contrário ficava na mão do outro. Isso era uma corrente que era uma corrida de corretores no final da tarde e era uma coisa interessante que acontecia, não é? E o próprio corretor sabia se ia voltar pra você ou não, porque o corretor era praticamente de todas as pontas que ele fazia...se você fazia o primeiro negócio do canudo com alguém e esse alguém queria vender pra outro, você já tinha um comprador pra ele, então você sabia por onde ia passar essa corrente. Ele sabia onde ia terminar o elo da corrente e ele tentava tirar o melhor freguês dele, de tirar a fatura da mão dele. (Fernando Feliciano Suplicy, p. 5).