No dia 14 de julho, pela primeira vez em sua história, a cidade de Santos comemora o Dia Municipal do Corretor de Café. Para marcar a data, o Museu do Café, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, elaborou uma exposição virtual em homenagem a esse sujeito histórico de crucial importância na história do café e de Santos. Tal dia foi escolhido porque, em 1914, foi assinada a lei que instituiu a Bolsa Oficial de Café em Santos e que tornava obrigatória presença de um corretor oficial para intermediar as negociações de café.
Entretanto, não existiam somente corretores de Bolsa, tendo esse personagem desempenhado diversas outras funções na compra e venda do café.
A distância e a dificuldade de comunicação entre as zonas produtoras e portuárias possibilitou a formação de uma classe que intermediava a relação fazenda-porto. Inicialmente esse papel foi feito pelos comissários de café, homens de confiança dos fazendeiros, cujas funções se estendiam do financiamento dos produtores à venda do café ao exportador. Esses comissários, assim como as firmas comerciais e os donos de armazém, podiam ter empregados, chamados corretores.
O crescimento do volume das negociações fez aparecer outra categoria de intermediários nos centros exportadores, como Rio de Janeiro e Santos. Denominados “zangões”, eram corretores do café disponível na praça que podiam trabalhar, sem exclusividade, para diferentes compradores ou vendedores de café, ganhando uma comissão sobre o valor negociado. Eram grandes fontes de informação, sabendo as cotações diárias e a situação do mercado na Praça antes das divulgações oficiais.
Mesmo após a função de comissário de café desaparecer, esses corretores permaneceram atuando em diferentes categorias, seja representando seus clientes do interior, trabalhando na rua para escritórios de outros corretores, revendendo café para as exportadoras, trabalhando com câmbio ou negociando nas Bolsas de Mercadorias.