Você comprava um lote de café, você fazia uma amostra e mandava para certos clientes do Exterior que poderiam comprar aquele café. E, aí, acontecia um leilão de coisa.
Então, tinha o departamento de vendas, que era a parte que fazia esse contato com o cliente e vendia o café. Esse departamento passava para o departamento de exportação − aquela venda que você fez, ia fazer o registro da venda no IBC. Fazia o registro da venda e, dali, esse departamento preparava toda a documentação para exportar: guia de embarque, conhecimentos, certificado de origem, conhecimento marítimo. Esse documento era feito na exportação, preparava a documentação, fazia o despacho na repartição aduaneira, embarcava o café, recebia o conhecimento marítimo, o bill of lading, que é o documento mais importante hoje, que é o documento que comprova o que você, realmente, embarcou aquele lote de café. E, com aquele documento, você faz uma fatura comercial, junta os documentos que o importador pede e manda para o Exterior, para o cliente. Normalmente, ele vai através do banco. Ele pede para entregar no banco lá, o banco recebe os documentos, avisa a ele que chegou. Ele paga, porque, para ele tirar o café do navio, quando chega lá, ele precisa do conhecimento marítimo, o bill of lading. Então, ele fazia isso, e pagava, ou morria a exportação − a coisa. Para chegar nessa coisa, tem a parte de classificação. Então, a parte de classificação, vamos dizer, amostra do próprio produtor, ele recebia a amostra dele, ele mesmo classificava ali e fazia a coisa. Ou, senão, começa a comprar cafés de terceiros. Porque o forte dos exportadores, hoje, fora as cooperativas, que representam o seu coisa, mas as cooperativas, mesmo as cooperativas, hoje, elas compram o café de terceiros. Então, essa é a estrutura. Seria uma área de vendas, uma área de exportação, que faria a documentação, e uma área de classificação, que prepara o café antes embarcar. Então, tinha o café, vendia, exportava, embarcava e recebia. Esse é o círculo de uma ação de exportação.
Antônio Carlos Cavaco trabalhou na administração de firmas como a Prado Chaves e escritório de exportação da Cooperativa de Guaxupé. Depoimento cedido ao Museu do Café em 2013.