Biografia

Benedicto Calixto (1853 - 1927) foi um dos principais expoentes da pintura brasileira entre o final do século XIX e início do XX. Autodidata, entrou em contato com a arte por meio da confecção de ex-votos (quadro, pintura ou objeto a que se confere uma devoção) nas festividades religiosas em sua cidade natal, Itanhaém (SP).

Oriundo de família pobre, teve grande influência do pai, que era ferreiro e, posteriormente, do irmão que se tornou professor. Já adulto, passou a divulgar seus trabalhos nos comércios e nas paredes dos casarões das famílias abastadas de Santos, obtendo o reconhecimento local e uma bolsa de estudos em Paris, no ano de 1883.

A utilização da fotografia para a composição de algumas paisagens e de documentos para as pinturas históricas resultaram em um trabalho de grande valor. Ele retratou como nenhum outro as paisagens litorâneas e os momentos de transformação urbana por que passavam as cidades de Santos e de São Paulo. Retratou também a História do Brasil sob a ótica paulista, valorizando as figuras do bandeirantismo, as lendas dos povos nativos e os ciclos econômicos e políticos.

Restauro

Durante as décadas de 1960 e 1970 o edifício da Bolsa Oficial de Café passou um longo período de abandono, que resultou não apenas em sua deterioração, mas também prejudicou os painéis criados por Benedicto Calixto, localizados no Salão do Pregão. A partir da década de 1980 iniciou-se uma série de intervenções, com a intenção de recuperar esse patrimônio. As telas do artista foram restauradas, porém, constatou-se posteriormente que tais ações não foram suficientes para evitar o processo de deterioração das obras.

Recentemente essas telas passaram novamente por um processo de restauro, devido a danos resultantes da umidade e variação de temperatura. Infelizmente, não é possível controlar esses dois elementos no espaço em que as telas estão localizadas. Tal variação faz com que os materiais constituintes das obras se movimentem, dilatando-se e contraindo-se de formas diferentes. Isso provoca tensões, deformações e rachaduras, além de facilitar o ataque de macro e microrganismos.

Algumas das intervenções do primeiro processo de restauro puderam ser removidas ou revertidas sem maior prejuízo para as obras, outras foram minimizadas ou deixadas como estavam. Elas passaram a fazer parte integrante das obras, evidenciando inclusive a sua trajetória e história. A maior parte da repintura e das massas foram removidas, porém optou-se pela não limpeza das áreas das assinaturas e não foi possível retirar os reentelamentos antigos. Os novos reentelamentos foram feitos com adesivo termoplástico reversível, com sistema à vácuo. As reintegrações cromáticas foram feitas com tintas reversíveis especificas para restauro, que são sintéticas e não oxidam. Esse trabalho foi feito pontualmente, somente nas lacunas onde havia perdas.

O projeto de restauração teve início em janeiro de 2012, durou cerca de um ano e foi coordenado pela Prof. Márcia Rizzo, experiente profissional que, inclusive, já realizou trabalhos de restauro e conservação de outras obras assinadas por Benedicto Calixto.

Sugestões de Leitura

ALVES, Caleb Faria. Benedito Calixto e a construção do imaginário republicano. Bauru: EDUSC, 2003.

ALVES, Caleb Faria. A Fundação de Santos na Ótica de Benedito Calixto. In: REVISTA USP, São Paulo, n.41, p. 120-133, março/maio 1999.

ANDRADE, Wilma Therezinha Fernandes de. Os três painéis de Benedicto Calixto, no Palácio da Bolsa de Café: tesouros da arte e da história de Santos. Leopoldianum, Santos, n. 67, p. 11-33, Dez. 1998.

ARAÚJO, Hilda Pereira de. Santos: uma história de pioneiros, piratas, revoltas, epidemias, carnaval e futebol. Santos: Realejo Edições, 2007.

BARBOSA, Maria Valéria (Cord.). Santos na formação do Brasil: 500 anos de história. Santos: Prefeitura Municipal de Santos. Secretaria Municipal de Cultura: Fundação Arquivo e Memória de Santos, 2000.

CEVA, Marcio A. Partidas Dobradas: (Crônicas da Bolsa de Café). São Paulo: Imprensa Oficial, 1998.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História de São Paulo Colonial. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

TEIXEIRA, Milton. B. Calixto: Imortalidade. Santos: UNICEB, 1992.

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O Porto de Santos em 1922 – Visto do Morro do Pacheco

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Moldura

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Compreende o período que vai da proclamação da independência à proclamação da república.
Compreende o período que vai da proclamação da república ao ano de criação dos painéis.
Exibe um conjunto de objetos: uma roda denteada; uma paleta de pintura; um capitel trabalhado; uma lira lembrando a música e a poesia; o busto de Carlos Gomes e a primeira página da partitura de “O Guarani”.
Destaca a concepção positivista do artista.

Construções

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Não se sabe ao certo a data de construção do Forte de Itapema ou Vera Cruz do Itapema, mas há indícios de que já existia no século XVI. Esse forte era parte da defesa da Vila de Santos, fazendo o “fogo cruzado” com o Forte da Vila, que ficava próximo a antiga alfândega.
Praça Barão do Rio Branco e Praça da República: No início do século XX, a demolição do Colégio dos Jesuítas e da Igreja Matriz abriu espaço para a construção destas praças. De fronte à Praça Barão localizava-se o antigo Palacete Martins. A Praça da República ficava no antigo Largo da Matriz e recebeu esse nome durante a inauguração do Monumento a Brás Cubas em 26 de janeiro de 1908. Em frente ficava localizado o antigo prédio da Alfândega, inaugurado em 1880 e demolido em 1928.
A empresa iniciou suas atividades no Brasil em 1873 e Santos foi uma das primeiras cidades a contar com serviços de telégrafo. O edifício foi construído em 1914 localizava-se no Largo Senador Vergueiro. Em 1973, a empresa encerrou sua atuação no Brasil, por término do contrato com o Governo Imperial.
Devido a sua estrutura portuária, Santos tornou-se um grande polo de comercialização e exportação de café. Em 1914, o Governo do Estado de São Paulo regulamentou a criação da Bolsa para a realização de operações de café no mercado. Em 7 de setembro de 1922 o edifício foi inaugurado, permanecendo com os pregões até 1957. Em 1998 o edifício foi restaurado e passou a abrigar o Museu do Café.
Foi inaugurado em 1924, após grande reforma do antigo edifício, criado em 1909. Na década de 1930 o edifício passou a contar com cinema e cassino. Com a proibição do jogo, manteve-se ainda como teatro e cinema até a decadência total por volta dos anos 1970. Após restauração foi reinaugurado em 2006.
Localizada na Praça José Bonifácio, a Catedral destaca-se pelo estilo neogótico. Começou a ser construída em 1909 a partir de projeto do alemão Maximiliano Hehl (autor do projeto da Catedral da Sé, em São Paulo). Embora a inauguração e a primeira missa tenham sido oficiadas em 1924, a igreja só foi concluída em 1951.
Em estilo neoclássico, foram construídos entre 1867 e 1872. Abrigaram a Câmara e Prefeitura de Santos entre 1897 e 1939. Posteriormente serviram como hotéis, bares e escritórios, até que em 1985 um grande incêndio destruiu parte dos edifícios. Atualmente encontram-se em processo de restauro, para a instalação no Museu Pelé.
Inaugurada em 1867, estabeleceu um trajeto obrigatório para o escoamento de todas as mercadorias produzidas no Estado, especialmente o café. Por quase um século, a São Paulo Railway teve o monopólio do controle e da exploração da ferrovia.
Foi uma “sociedade anônima” formada por agentes e exportadores representantes do Lloyd Real Belga. Em 1915 ocupou o edifício situado na Rua XV de Novembro n° 25, esquina com a Rua do Comércio. Também trabalhavam com seguros, despachos e serviços marítimos em geral. No mesmo edifício, em 1917, a Bolsa Official de Café, antes de inaugurar seu próprio edifício, iniciou suas atividades em uma sala alugada.